Por "El espíritu de los cínicos" |
Coletivo Site Qualquer
O site é qualquer, já o conteúdo...
sábado, 16 de fevereiro de 2013
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013
Som bom #1: Apanhador Só
Fonte: Divulgação/foto de Roberta Sant'Anna |
Sempre vejo as pessoas discutindo as entrelinhas dos livros, as partes brancas das folhas e os sons inaudíveis das músicas e toda a sua filosofia. Isso só piora com artes plásticas. Eu não sei se não sou mesmo capaz de certas coisas ou isso tudo é só um blá blá blá desnecessário. - Bem provável a primeira opção, mas whatever. Eu só me apaixono por essas coisas. Mas um pouquinho de informação não faz mal...
Eu ainda via televisão, eu ainda via MTV, a MTV ainda passava entre os canais da minha televisão e lá eu assisti pela primeira vez o clipe de "O rei e o Zé" do Apanhador Só. Ainda levei um tempo pra correlacionar a imagem com o áudio, talvez eu ainda não tenha entendido, mas isso não importa. Pelo menos pra mim. Entretanto informação não faz mal a ninguém:
Capa do álbum "Apanhador Só" de 2010. |
Na estreia para os holofotes em 2010 a banda de Porto Alegre, composta por Alexandre Kumpinski (voz/ guitarra), Felipe Zancanaro (guitarra), Martin Estevez (bateria) e pelo Fernão Agra (baixo), lança o álbum homônimo com treze faixas, entre elas "Maria Augusta", "Nescafé" e "Peixeiro". Ele foi gravado nos estúdios " 12 experiência sonora" e "Soma". Figurando na lista dos melhores álbuns do ano, a indicação na categoria Aposta MTV do Video Music Brasil (VMB) 2010 e
consagração no Prêmio Açorianos de Música, de onde
o Apanhador Só saiu laureado por “Melhor Álbum Pop”, “Melhor Produtor Musical”
(Marcelo Fruet) e “Melhor Projeto Gráfico” (Rafael Rocha).
Já em 2011, eles lançaram o Acústico Sucateiro que só trás uma inédita, " Na ponta dos pés" e repete as músicas do primeiro álbum homônimo da banda. Você se decepcionaria normalmente se a banda que você gosta fizesse isso, mas as versões são lindas, segundo eles gravadas "na sala de estar de Alexandre Kumpinski no verão de 2010". As letras já são divertidíssimas, mas o arranjo ficou fenomenal. Tem som de máquina de lavar e tudo.
Em 2012 eles lançaram o EP "Paraquedas" com duas inéditas: Salão de festas e Paraquedas. Outra coisa linda e simples. Ele foi gravado no estúdio Navegantes em fevereiro. Ainda nesse ano eles pediram apoio financeiro aos fãs no catarse.me, conseguindo bater a meta e extrapolar o valor eles lançam logo logo, no início desse ano mais um álbum de inéditas.
Esperando ansiosa.
Capa do álbum "Acústico Sucateiro" de 2011. |
Já em 2011, eles lançaram o Acústico Sucateiro que só trás uma inédita, " Na ponta dos pés" e repete as músicas do primeiro álbum homônimo da banda. Você se decepcionaria normalmente se a banda que você gosta fizesse isso, mas as versões são lindas, segundo eles gravadas "na sala de estar de Alexandre Kumpinski no verão de 2010". As letras já são divertidíssimas, mas o arranjo ficou fenomenal. Tem som de máquina de lavar e tudo.
Capa do EP "Paraquedas" de 2012. |
Em 2012 eles lançaram o EP "Paraquedas" com duas inéditas: Salão de festas e Paraquedas. Outra coisa linda e simples. Ele foi gravado no estúdio Navegantes em fevereiro. Ainda nesse ano eles pediram apoio financeiro aos fãs no catarse.me, conseguindo bater a meta e extrapolar o valor eles lançam logo logo, no início desse ano mais um álbum de inéditas.
Esperando ansiosa.
No site oficial você consegue baixar gratuitamente todos os discos e ficar sabendo de tudo que acontece com a banda, além de links fáceis pra's redes sociais. Enjoy!
sábado, 26 de janeiro de 2013
É a perdição.
Fotografia de alta velocidade de Alberto Seveso |
Trato um pouco das minhas loucuras faz quase um ano. Entretanto a maior delas parece não ter possibilidade de alívio. E isso não deve espantar já que o máximo da minha insanidade é minha sanidade. Sou eu e como levo as coisas por aí, como penso e sobrevivo, essa é minha maior deficiência em relação a essa suposta normalidade que ainda estou em dúvida se realmente almejo alcançar.
As camadas de pensamento com que lido a todo instante, simples e inúteis talvez, mas raciocínios ainda assim, podem a qualquer instante desmoronar, mas eu os firmo com apoios.
Se for ansiedade, burrice, loucura, insegurança, não é algo simples de lidar. Entrar debaixo do chuveiro e sair de lá com um alfabeto novo, acordar e dormir espreitando papel e caneta para deixar tudo pronto, o máximo possível próximo a perfeição do que propus por impulso ou obrigação.
É a perdição.
E vem devagarinho...
Ou já que digo isso na verdade não tem nada de mais?
Ou...
quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
sábado, 19 de janeiro de 2013
Qual a cara do remorso?
Remorso
Às vezes, uma dor me desespera...
Nestas ânsias e dúvidas em que ando.
Cismo e padeço, neste outono, quando
Calculo o que perdi na primavera.
Versos e amores sufoquei calando,
Sem os gozar numa explosão sincera...
Ah! Mais cem vidas! com que ardor quisera
Mais viver, mais penar e amar cantando!
Sinto o que desperdicei na juventude;
Choro, neste começo de velhice,
Mártir da hipocrisia ou da virtude,
Os beijos que não tive por tolice,
Por timidez o que sofrer não pude,
E por pudor os versos que não disse!
Às vezes, uma dor me desespera...
Nestas ânsias e dúvidas em que ando.
Cismo e padeço, neste outono, quando
Calculo o que perdi na primavera.
Versos e amores sufoquei calando,
Sem os gozar numa explosão sincera...
Ah! Mais cem vidas! com que ardor quisera
Mais viver, mais penar e amar cantando!
Sinto o que desperdicei na juventude;
Choro, neste começo de velhice,
Mártir da hipocrisia ou da virtude,
Os beijos que não tive por tolice,
Por timidez o que sofrer não pude,
E por pudor os versos que não disse!
Olavo Bilac
Eu
compreendo a felicidade como algo duradouramente inalcançável e que por alguns
instantes pode se fazer presente em lampejos de alegria. Alegria essa composta
pela satisfação e pela saciedade. Expressar isso fica na maioria das vezes a
cargo dos dentes expostos naquilo que chamamos sorriso. Hora ou outra ainda
temos o som das chamadas gargalhadas para que o outro perceba em nós toda
suposta alegria.
Sorrir
é pra mim, dos atos humanos de nosso tempo, um dos mais fáceis. Construir a
feição da alegria é obrigação prematura em nossas vidas, encucada em nossas
mentes. Devemos contorcer nossos lábios para que o mundo entenda que podemos
viver nele. Entretanto não se esqueça de que nascemos chorando. Chorar que é
coisa nata.
Perceba
que é raro que o choro esteja presente em nossos momentos de alegria. Entretanto
quando alheios vemos outros chorarem e se ainda nos resignamos a saber o porquê,
trazemos no inconsciente que assim que ouvirmos a resposta saberemos que ali
alguma dor foi infligida. Nós a aguardamos nas lágrimas.
Mas
me conte como você descreve a face do remorso? Quais formas ganham nossos
lábios, quais sons emitimos, onde nossas mãos se apoiam?
Tenho
por bom tempo refletido e creio que o remorso só vem à superfície onde ele
nasce e isso acontece quando refletimos, na solidão. Não na solidão que se
abate dos ímpares, mas aquela em que mesmo de braços dados com outrem faz teus
olhos encararem o nada e fazer com que você, antes de tudo, rememore.
Não a vergonha que te deixa rubro, mas aquela que te faz esconder entre os ombros, ela é que abre porta para que o remorso avance. É nosso julgo que cria o remorso.
Não
são os olhos fixos no chão, os ombros que usa em auxílio para tentar fazer-te
invisível, mas a consciência de inúmeras coisas que te causam puro asco de si
mesmo, coisas que provavelmente se arrepende de ter feito. O remorso é puro
tormento e é só quando os olhos do mundo que te aceita se desviam, quando os
flashes param, quando só estão juntos você e seu suposto erro que o remorso se
apresenta.
Se
pedires para que o remorso seja mostrado, você pode conseguir tristeza, pode
conseguir medo, desespero, cansaço, falsidade... Você só vai conseguir trechos
dessa história longínqua que permeia os detentores dessa praga que amordaça,
mas nunca mais que uma página. Nunca mais que um lampejo. Um lapso.
Ouro
Preto, 4 de janeiro de 2013.
terça-feira, 15 de janeiro de 2013
Utopia real
Eu vi a perfeição na manha
nublada de um dia ensolarado. Ela me encantou, me fez sorrir internamente e
esboçar um sinal de alegria. Era clara, tinha olhos negros que contrastavam com
a sua claridade criando um equilíbrio perfeito. Um equilíbrio que num primeiro
momento também me equilibrou me desequilibrando. Tirando os meus defeitos, erros e mesquinharias.
No meio do
meu transe, o ônibus passou. Corri para pegá-lo, sentei num banco atrás da
perfeição. Me senti bem, porque era como se aquela pessoa me transmitisse algo de bom. Alguns momentos depois ela cedeu
seu lugar para um velhinho que entrara no ônibus. Naquele momento tive o ímpeto
de sair do meu lugar e dá-lo à ela. Mas contive-me, não queria assustá-la com a
minha inferioridade. Estando em pé, eu a podia ver melhor, podia usufruir um
pouco mais. Era uma paz tão grande, tão superior à qualquer paz que havia
sentido que conclui que estava conhecendo a paz naquele momento. Ela estava
dentro de um ônibus lotado e barulhento, cheio de pessoas apressadas e com mau
humor e ninguém a percebeu, ninguém nem olhou-a.
Chegando
na universidade, senti um aperto no coração. Teria que me desfazer dela, ela
iria me abandonar e me deixar só, imperfeito. Meus olhos marejaram, eu os
fechei tentando aproveitar cada centésimo de segundo ao lado dela. Os segundos
passaram e o meu ponto estava chegando. Minhas mãos tremiam, meu coração batia
tanto que eu não sabia se ele batia mais. Meu ponto chegara, e com ele a
saudade de quem viu o completo, mas para minha surpresa a perfeição também
parou no meu ponto. Fiquei feliz em saber que ela fazia o mesmo curso que eu.
Talvez a visse todo o dia, talvez até chegasse a conversar com ela, quem sabe
sermos amigos?! Fui para sala eufórico, esperando talvez encontrá-la no
intervalo,na saída, minha alegria era porque eu tinha certeza que ainda iria encontrá-la,
talvez no intervalo, na saída, ou em outros dias, mas eu teria que encontrá-la.
As aulas
passaram, algumas boas, outras ruins, mas pra mim tudo era bom, cada palavra
dita pelos professores entraram no meu ouvido e flutuaram num mar de luz e tranquilidade.
Na saída, corri para o ponto para pegar o ônibus de meio dia. Sentei no
cantinho do banco que batia sol e observei algumas pessoas conversando. Estavam
criticando alguém, não me preocupei em prestar atenção, porque o papo não me
interessava. Passou-se mais de 10 minutos e o ônibus não havia passado, e eu já
não tinha mais paciência para escutar aquele bando de gente chata falando das
coisas mais inúteis possíveis. Até que passou o ônibus que esperavam, e quando
eles passaram por mim me assustei porque entre eles estava a minha perfeição.
Diante daquela situação comecei a rir. Como sou idiota. Nomeei alguém que,
graças a Deus, nem conheço como a figura da perfeição no qual eu queria me
espelhar. Estava perguntando porque eu fiz aquilo, porque em alguns momentos eu
idealizei a perfeição, mesmo nem tendo ideia do que realmente é perfeição. Percebi
que sempre vivi de utopias, e do seus fins. Acho que crio utopias só para
sentir a dor e a drama de vê-las cair no chão.
No fundo é bom se sentir triste, mesmo quando não se tem motivos para isso. Isso me dá inspiração, vontade de escrever. Na verdade a gente vive disso. De construção e quebras de ideais utópicos. Com isso a gente aprende ser real, a viver o direito de sermos e simplesmente sermos. Essa é a perfeição: SER. Ou talvez mais uma utopia minha que será quebrada um dia e se tornará tema de mais uns dos textos que escrevo. Mas esse é preço que eu pago para viver, para poder ter a esperança de continar, de sonhar , para quem sabe um dia fazer da realidade o meu sonho, o meu ideal, o meu ser, a minha perfeição, a minha utopia real.
No fundo é bom se sentir triste, mesmo quando não se tem motivos para isso. Isso me dá inspiração, vontade de escrever. Na verdade a gente vive disso. De construção e quebras de ideais utópicos. Com isso a gente aprende ser real, a viver o direito de sermos e simplesmente sermos. Essa é a perfeição: SER. Ou talvez mais uma utopia minha que será quebrada um dia e se tornará tema de mais uns dos textos que escrevo. Mas esse é preço que eu pago para viver, para poder ter a esperança de continar, de sonhar , para quem sabe um dia fazer da realidade o meu sonho, o meu ideal, o meu ser, a minha perfeição, a minha utopia real.
sábado, 12 de janeiro de 2013
Aos leões
Depois de muitos anos, sempre renegado ao mofo da biblioteca pública, aos sites de teorias e conhecimento, as leituras que achava que não eram feitas pela maioria, os filmes desconhecidos dos amigos, das horas que ouvia tudo que não tocava no rádio e de anos de esquisitice ele entrou na academia onde os estudos mais se pareciam com os seus.
Lá
ele descobriu que todos tinham lido mais que ele, entre o mofo das bibliotecas,
conheciam sites muito mais interessantes, tinham lido, assistido e ouvido
coisas muito mais fodas.
Um
pouco perdido, ele se deu algumas opções: poderia assentir com a cabeça aos
comentários sobre o que ele não conhecia se passar por conhecedor e correr para
entender, nem que fosse superficialmente, tudo que pudesse sobre o tal assunto
assim que saísse da conversa, poderia desviar desses assuntos como o diabo, se
existisse, fugiria da cruz que significaria alguma coisa perigosa, poderia
apenas aceitar e seguir na sua ignorância ou poderia morrer de vergonha por não
saber do que falavam e se excluir e apenas desistir.
Ele
ainda não escolheu, mas continua a sobreviver aos leões da Academia. Logo mais, notícias sobre a vida nesse mundo do “cão”.
P.s.:
Mas pensemos, afinal de contas mesmo o mínimo do conhecimento ajuda. Muito mais
quando ele é nutrido na crítica. Muito mais naquele mundinho de quem mata mais.
segunda-feira, 7 de janeiro de 2013
O começo
Depois de muitas cobranças, começo agora os trabalhos com um texto que fiz refletindo os "impactos" de uma densa (e viajada, digamos) conversa com os colaboradores do blog Geisiane e Douglas sobre as confusões dos primeiros dias na universidade.
Mistério do saber
Eles querem a universidade. Eles querem o conhecimento. Eles querem saber. Ser sabido não é para qualquer um. Poucos conseguiram, se é que conseguiram, porque no final a conclusão foi que ninguém sabe nada, nem o Nada eles sabiam. Mas eles ainda querem saber. Ainda querem olhar para o mundo e tirar dele a chave para todas as portas trancadas. Eles não vão conseguir, e sabem disso.
Afinal, porque tanto eles querem descobrir o que já foi descoberto: que eles não vão descobrir nada. Talvez porque nem isso seja uma certeza. Talvez porque isso dê sentido às suas existências. Ou realmente eles não tem nada melhor para fazer.
Texto previamente publicado no blog Toda Opinião.
sábado, 5 de janeiro de 2013
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